Sofia, Meu Amor!

Uma rua é feita de infinitas ruas invisíveis que curvam, sobem, descem e conduzem a mil saberes, mil experiências e mil histórias. Na Rua da Sofia, ou Rua da Sabedoria, encontrámos segredos, mistérios, soluções, encontrámos histórias sobre histórias de passado, presente e futuro. Descobrimos a vontade transformadora da alquimia, que queria tornar o vulgar e o corriqueiro em ouro.

O primeiro espetáculo da Rede ARTÉRIA a ser apresentado em Ourém é Sofia, Meu Amor!, uma criação da Trincheira Teatro. Apresentado na Vila Medieval, no dia 15 de julho, domingo, às 18h, o espetáculo tem entrada livre, mas lotação limitada. As reservas podem ser feitas para Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. / 249 540 900 (6831) ou 919 585 003.

Sofia, Meu Amor! é um espetáculo da Trincheira Teatro a partir de «episódios e estilhaços das vidas, públicas e privadas, reais e imaginadas, que o património da Rua da Sofia e zona envolvente alberga, albergou ou poderá albergar». Depois da estreia em Coimbra, no dia 30 de junho, e como acontece com todos os espetáculos criados na ARTÉRIA, Sofia, Meu Amor! é apresentado em três localidades da Rede: na Guarda (Largo João de Deus, 7 de julho), Ourém (Vila Medieval, 15 de julho) e Belmonte (Rua 1.º de Maio, 22 de julho).

O espetáculo criado em Coimbra, e que é agora apresentado ao público de outros lugares, tanto reúne ficções construídas a partir de entrevistas à comunidade como propõe “cruzamento de histórias presentes e passadas com imaginações de possibilidades de transformação da Rua”, de acordo com Pedro Lamas, que partilha com João Paiva a direção do espetáculo.

Quadros e histórias que dois Ardinas, perdidos no espaço e no tempo, mostram ao público, enquanto procuram por uma Sofia, que não é a que existe nos livros. Ao longo de um percurso onde tanto surge a evocação da existência de uma comunidade de vizinhos que ainda fala de janela para janela, como apresenta um Romeu, enamorado de amores que não deixa a vizinhança em paz enquanto a Sofia dos seus sonhos não aparecer. Há cenas com um Herdeiro, onde a primeira coisa que ouvimos é um molho de chaves, fruto de recolha sonora feita por travessas e ruelas que ladeiam a Rua da Sofia, que com a descoberta de um rádio antigo revive as memórias ali passadas e apresenta uma possibilidade de futuro do espaço de um salão de baile dos anos 30 que ainda hoje tem matinés dançantes três vezes por semana. E depois de episódios e peripécias bem diferentes,  os percursos cruzam-se e as histórias ganham corpo e voz, uma a uma, pelos Ardinas e por quem as queira contar. E já se sabe: quem conta um conto…

O Guardião do Arco, O Boémio Sonhador, Cacos da Vida, Fisga na Mão, Bola no Pé e Ranho no Nariz e O Herdeiro são os nomes dos quadros que integram o espetáculo com dramaturgia original de Jorge Palinhos, cenografia e figurinos de Filipa Malva. Aos atores da Trincheira e elementos das Classes de Teatro do Teatrão, em Ourém, junta-se a participação local.

+ info